Presidente Agnelli: “A temporada da Juve foi ex-tra-or-di-ná-ri-a”
O presidente da Juventus FC, Andrea Agnelli, fez um balanço da temporada dois dias após a final da Champions League 2014/15 conquistada pelo Barcelona. Agnelli foi enfático: “foi uma temporada ex-tra-or-di-ná-ri-a”, reforçando a palavra sílaba a sílaba, como destacou o diário La Gazzetta dello Sport. Ele também comentou a situação do futebol italiano dentre o fora do campo e não deixou de ser descrente com as informações iniciais da negociação entre o Milan e um consórcio de investidores internacionais. Agnelli se mostrou cuidadoso quanto tratou dos escândalos que rondam a FIFA.
A entrevista foi divulgada na íntegra pelo site oficial da Juventus FC.

O presidente Andrea Agnelli fez um balanço da temporada e criticou a gestão do futebol italiano ( foto – site oficial da JFC)
Para Agnelli “fechamos um ano do qual devemos nos orgulhar. Deixamos a final de Berlim com uma sensação certamente mista. É claro que quando se joga uma final de Champions League, jogamos para vencê-la. Mas quando penso na história europeia da Juventus, eu acredito que atingimos os resultados que pretendíamos. É verdade que hoje temos o maior número de derrotas em finais, mas não podemos esquecer que chegamos de novo à final, isto também deve ser considerado. A Juventus disputou até hoje 8 finais de Champions League”.
As finais das quais a Juventus participou foram:
- 1972/73 – Ajax x Juventus (vice)
- 1982/83 – Hamburgo x Juventus (vice)
- 1984/85 – Juventus (campeã) x Liverpool
- 1995/96 – Juventus (campeã) x Ajax
- 1996/97 – Borussia x Juventus (vice)
- 1997/98 – Real Madrid x Juventus (vice)
- 2002/03 – Milan x Juventus (vice)
- 2014/15 – Barcelona x Juventus (vice)
Na avaliação de Agnelli “Berlim é um ótimo ponto de partida para o futuro. Os grandes momentos nesta temporada a nível europeu, em minha opinião, foram a partida de volta em Dortmund e a semifinal contra o Real Madrid, que nos permitiram chegar à final contra o Barcelona com confiança, numa decisão em que tomamos um gol logo de início, o que teria destruído qualquer outra equipe. Nosso time reagiu e empatou, jogando 10 minutos empolgantes um jogo que poderíamos ter ganho. Depois de alguns lances perigosos permitimos que o Barcelona marcasse um gol de contra ataque”.
O futuro é animador para o presidente juventino: “eu não tenho como não encarar esta campanha na Europa como um ponto de partida para o futuro. Não demos pensar que por ser a próxima final em Milão, a 124 km de Turim, nós necessariamente estaremos lá. Na próxima Champions devemos disputar uma fase de grupos mais serena, menos dramática e depois vamos brigar fase a fase. Queremos chegar ao final da temporada vivo em todas as frentes. Este é o nosso destino, é a nossa ambição”.
O jovem presidente fez questão de elogiar todo o staff gerencial do clube, notadamente o diretor esportivo Giuseppe Marotta e o técnico Massimiliano Allegri. Sobre o técnico, Agnelli observou que “ele chegou sem fazer alarde e junto com seu staff se adaptou de maneira impecável, entrando em sintonia com nosso time que já era muito forte. Eu o agradeço por ter aceitado trabalhar na Juventus naquele momento histórico, muito difícil, que pôs a direção técnica sobre enorme pressão. Com seu modo de ser, ele fez evoluir o time. Os resultados obtidos são méritos seus e de seu staff técnico”.
A situação do futebol italiano mereceu um comentário duro de Agnelli: “a federação deveria ter uma visão de espírito de equipe e restituir o futebol ao jogadores como tem sido feito ao nível da UEFA. As associações de clubes deveriam estar nas mãos de empreendedores, as associações institucionais deveriam estar sendo geridas por jogadores que conhecem melhor a problemática. Se a Juve chegou à final da Champions e o Napoli e a Fiorentina às semi finais da Europa League não foi graças ao futebol italiano, mas graças ao trabalho exclusivo de nossos 3 clubes”.
O presidente Agnelli apontou aquilo que precisa ser feito para tirar o futebol italiano da decadência: “o que falta? Em primeiro lugar instalações esportivas modernas e em segundo um verdadeiro projeto de longo prazo., de 5 a 10 anos, como fizeram recentemente a França, a Alemanha e Portugal, cada um a seu modo. O que me deixa perplexo são nossas prioridades. Gastamos onde não deveríamos e pouco em segurança nos estádios. Me sinto incapaz de influir na política esportiva do futebol italiano. Temos com a Roma uma rivalidade história, mas isto não impede que eu tenha grande sintonia com o presidente (James) Pallotta ou com o presidente (Erick) Thohir da Inter”.
Agnelli foi cauteloso ao se referir aos escândalos recentes da FIFA: “Acho prematuro comentar as denúncias, pois a cada dia surgem novas desdobramentos. A única coisa que posso dizer que as denúncias não produzem uma boa imagem para a FIFA”.