Ninho de cobras
O clima segue fervendo no Morumbi. Há jogadores revoltados com a diretoria e com atrasos em pagamentos, que marcaram o São Paulo nesse início de ano, uma comissão técnica insegura e uma briga política que parece refletir no gramado.
Carlos Miguel Aidar diz uma coisa e faz outra e a divisão do elenco e o racha entre conselheiros são cada vez maiores.
O presidente são-paulino, que havia assegurado que Milton Cruz estava efetivado no cargo, recuou depois da eliminação precoce na Libertadores e correu atrás do colombiano Juan Carlos Osorio para assumir o comando do time.
Cruz, que nunca acreditou na palavra do dirigente, várias vezes frisou que continuava como interino.
Para piorar, perdeu o controle do grupo, que troca farpas e acusações públicas, caso de Luís Fabiano e Alexandre Pato no ataque.
No conselho, o grupo de Juvenal Juvêncio, que ajudou a eleger Aidar e hoje não se dá com o presidente, quer apurar pagamento de comissão em paraíso fiscal pelo contrato com a nova fornecedora de material esportivo do clube. O fato de o dinheiro ter sido pago em paraíso fiscal não é, por si só, problema, isso não, mas há dúvidas sobre quem recebeu a grana e quem de fato intermediou o acordo.
E a reforma do Morumbi, que o São Paulo pensa em fazer há anos, não sai do papel. E anda cada vez mais enrolada, porque parte do conselho não quer que ela seja feita na gestão de Aidar, que começou no ano passado.
Com o clima efervescente dá pra entender porque há anos o time não rende em campo e o clube deixou de ser exemplo para os demais para entrar na vala comum.