Juvenal e a Independente
Principal organizada do São Paulo, a Independente segue causando problemas com os chamados torcedores comuns. Quer coibi-los de vaiar ou criticar o time, como voltou a acontecer no Canindé, domingo, quando o time do Morumbi perdeu para a Lusa, por 2 a 1.
No mês passado, membros da uniformizada entraram em um churrasco na sede social do clube e xingaram sócios contrários à gestão de Juvenal Juvêncio. Houve relatos de agressão.
Oficialmente a torcida nega que esteja apoiando a atual diretoria, dizendo que “apenas” não aceita Marco Aurélio Cunha, ex-genro de Juvenal e pré-candidato da oposição, como futuro presidente tricolor, porque ele já cantou hino de outro clube, no caso o do Santos.
Argumento, aliás, ridículo, porque é sabido de todos que Cunha, trazido para o São Paulo pelo próprio Juvenal, é médico e já trabalhou em outras agremiações como tal.
Hoje ele é vereador pelo PSD, o famigerado partido do ex-prefeito Gilberto Kassab, que fez uma péssima administração em SP, aliás, com apoio do próprio Marco Aurélio.
Por mais que diga que não trabalhe por Juvenal, o comportamento da Independente, evitando vaias e críticas ao time e à atual gestão, chama a atenção. Especialmente porque quer coibir protestos dos demais torcedores, descontentes com a fase do São Paulo, que é das piores.
Nos últimos dez jogos, desde que Paulo Autuori, nome que não era o preferido por boa parte da galera tricolor, assumiu o comando, o time perdeu incríveis oito jogos, empatando um e ganhando outro. Em 15 pontos disputados com Autuori no Brasileirão, conquistou apenas um e despencou na tabela. Hoje é vice-lanterna e luta para escapar do rebaixamento.
A Independente, porém, parece estar satisfeita com a gestão Juvenal e desde o jogo contra o Cruzeiro, quando o time de Autuori levou de três no Morumbi, quer que os demais torcedores apenas incentivem a equipe, poupando a diretoria, a equipe e a comissão técnica de vaias. Como se o direito de protestar, desde que pacificamente, não fosse legítimo.